O Movimento Homossexual Brasileiro (MHB) lutou pela eliminação do caráter de anormalidade e perversão, associados a população homossexual pelas órgãos de saúde nacionais e internacionais. Na década de 1980, o termo "homossexualismo" era frequentemente utilizado, o que continuava a atribuir às relações homossexuais um caráter patológico com o sufixo "ismo".
Em 1985, o Grupo Gay da Bahia conseguiu a revogação do Código de Saúde 302.0 do INAMPS, o qual caracterizava a homossexualidade como um “desvio e transtorno sexual”, enquanto que, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iria desconsiderar a homossexualidade como doença cinco anos depois desta data.
A década de 1980 trouxe uma nova luta para o MHB: o combate a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, doença conhecida pela sigla de língua inglesa AIDS/HIV. A doença foi nomeada por "peste gay", "câncer gay", entre outros nomes pejorativos, até que casos entre pessoas heterossexuais e crianças foram registrados, situação que ajudou na retirada do estigma aos homossexuais. Contudo, a nova pauta da saúde deu certa visibilidade a população homossexual, pois organizações e o próprio governo começaram a fazer parcerias com os grupos homossexuais para solucionar o problema da epidemia no Brasil.
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Além disso, o reconhecimento da homofobia, práticas violentas contra a população homossexual, e punição judicial foi e continua sendo uma das fortes reivindicações dos grupos LGBTQ+ no país. Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais mata homossexuais no mundo, mas a resistência organizada desta parcela da população é marcada principalmente pelas lutas e conquistas do Movimento Homossexual Brasileiro.
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A luta contra a Ditadura Civil-Militar mobilizou grande parte da população brasileira, inclusive membros de grupos homossexuais. O Lampião da Esquina, o primeiro periódico voltado ao público homossexual do Brasil, representou bem o papel da oposição nos meios de comunicação com suas críticas ao regime militar. Ao mesmo tempo, a resistência do MHB também buscava mudanças substanciais nas leis para o fim da discriminação das relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo.
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A primeira Parada do Orgulho Gay brasileira aconteceu no ano de 1997, na Avenida Paulista, porém esta festa celebrativa também tem registro histórico em outras cidades, como Rio de Janeiro e Campinas. Na cidade de Campinas, o Grupo Identidade apresenta um forte poder de representatividade em meio a comunidade LGBTQ+ (sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Queer). De modo geral, as Paradas correspondem a conquista de espaço e visibilidade social da comunidade, iniciada pelas lutas do MHB até as mobilizações dos atuais grupos LGBTQ+.
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Todos os documentos utilizados na exposição são pertencentes ao Arquivo Edgard Leueroth.